17.1.07

Hoje

“Words are very unnecessary”
(Depeche Mode)


Hoje, apenas hoje, façamos de conta que isto é, mesmo, real. Vamos ignorar este cerco de muralhas de água altas – demasiado altas! Não, isto não é um rochedo aqui plantado.

Hoje, só hoje, vamos fazer de conta que realmente nos importamos e que há, mais lá fora, do que apenas isto. Faz de conta que os cavalos já não choram e ri como se, realmente, o sentisses.
Caso contrário, pede ao teu corpo para falar mais baixo, para não o sentir tão ensurdecedor. Já tenho tangerina nas mãos e não estou para parti-la! Até porque ainda ontem comia maçãs, em chão de casa emprestada.
Esta carcaça de falsa morada, um dia, colapsa sob o peso desse corpo morto com que teimas em passear. Já te expliquei que estes nossos diálogos a surdina não levam a sítio algum – estamos, aqui, parados à esquerda do meio há três centenas e meia de dias. Perdi a pachorra para te contar no calendário e os relógios que uso são só ornamento – pensei que subesses.
Hoje apenas hoje, fica aqui, sem falar. Ou então faz-te a esse avião de papel e segue, logo, um outro rumo.

3 comentários:

Pedro Espírito Santo disse...

E porque não cinco centenas e um quinto ?

Pedro_Berenguer disse...

Porque sou picuinhas.

Sof disse...

...they can only do haaaaaaaaaarm