Longe vão os tempos em que tomavas cafés adocicados enquanto vias, deliciada, os estrangeiros (e os conhecidos!) passar. Rias-te com os nossos comentários mordazes sobre os transeuntes e eu também!
Hoje a tua delícia é outra – olhas a ecografia da ervilha que abraças em ti, confortada pelo calor que ela te traz.
Não estás, contudo, certa das companhias de hoje ou de amanhã. A indeterminação segue-te, uma vez mais!
Não sabes o que ou quem irás consumir ou mesmo como morderás as horas que te seguem.
Tão pouco sabes se as tuas muralhas de cartão sobreviverão a intempéries que conheces como certas.
Sabes, apenas, a segurança de um começo.
És vagem que baloiça nos ervilhais contendo em si a promessa do amanhã.