24.9.06

Depois das histórias contadas, os rostos tornam-se de outros – o meu e o teu. Não sei bem se a nós deixam de pertencer, mas pelo menos às pessoas que fomos. Nessa cama fica o vazio do meu corpo e em mim a ausência do teu cheiro. Os restos de nós que já não são.

Vais por aí e eu por aqui. Escreves um novo capítulo no teu livro e eu continuo com o desenho anterior.
Naquele caderno de couro avermelhado, esboço-nos um final alternativo.
Fechas a porta. Vou esquecer que, às vezes, isto também faz doer.
Hoje finjo que não vou retroceder e digo-te adeus.


Volto à casa antiga se disseres o meu nome, baixinho. Bai-xi-nho e soletrando-o dentro da minha boca, enquanto encostas o teu corpo ao meu.
Chama-me se quiseres. Eu espero, mas fingirei não estar.
Chama-me antes que parta outra vez, para lugar onde não mais se espera o que já não volta.

1 comentário:

Anónimo disse...

nao fujas gato! nao te escondas atras de icebergs! nao partas...