12.6.09

À sombra, o azul dos olhos fica cinza


É luz (ou a ausência que ela deixa) que faz o desenho como nos trabalho da Lourdes
Há a perversão do alfinete que se finge ser do peito, de uma qualquer avó, emprestada para o propósito.
Está, a tela do avesso, para se assemelhar à pele.
É retocada com aquele azul, a tatuagem.

11 comentários:

Lurdes disse...

Lourdes de Castro ...trabalhos fabulosos!
E os seus...seguem o mesmo rumo...

Pedro_Berenguer disse...

Olá Lurdes. Obrigado

Sim... é "ao modo da Lourdes Castro", cujo trabalho MUITO aprecio.

efervescente disse...

"atrás, à frente e por vezes ao lado de qualquer homem, a sua sombra"...é uma espécie de tapete que nos acompanha...

H. disse...

Encontro-me de momento a escrever um artigo em torno de uma obra, intitulada «La capture du sombre». E vagueava entre o tríptico "ombre-sombre-tombe". Em boa hora (e hora de sol e hora de sombra) chegaste!

Um abraço (cheio de sol)

Pedro_Berenguer disse...

Efervescente: Mas por vezes é um tapete que se esconde e foge, como no Peter Pan.
Não foi a Wendy que a teve de costurar aos botins? ;)

InRockuptible: Fiquei curioso com esse artigo (a temática diz-me muito, desde que "descobri" o trabalho da minha conterrânea).
um abraço :)

Sof disse...

Pensava que era Lourdes Regina HUMPF

Pedro_Berenguer disse...

Lourdes Regina não sabe de meu blog.

Sof disse...

Pensas tu-e! Tamein pensava q mias amigas nao viam meu blog mas de vez em qd descaem-se!

Isa disse...

Há muito que não ouvia falar de Lourdes Castro...és uma caixinha de surpresas...eu também gosto muito das suas obras.

Pedro_Berenguer disse...

Hey Iz. Obrigado! :D She's one of my favorites.

H. disse...

Porque a sombra obsidia:

«Faz-se luz pelo processo
de eliminação de sombras
Ora as sombras existem
as sombras têm exaustiva vida própria
não dum e doutro lado da luz mas do próprio seio dela
intensamente amantes loucamente amadas
e espalham pelo chão braços de luz cinzenta
que se introduzem pelo bico nos olhos do homem

Por outro lado a sombra dita a luz
não ilumina realmente os objectos
os objectos vivem às escuras
numa perpétua aurora surrealista
com a qual não podemos contactar
senão como amantes
de olhos fechados
e lâmpadas nos dedos e na boca»

Mário Cesariny

(também um dos meus eleitos!)