30.10.06

Truísmo

Preenche o teu espaço com dias, os teus dias com silêncios semeados e os nossos silêncios com tangerinas.

22.10.06

Saudade

Das pessoas que foram e, já, não são.

18.10.06

Criança?


Todo o santo dia!
Com ou sem folha de ouro a contornar.

Frio

“O L Á”

gritou-me, pomposamente e em tom de desafio, esse o teu cheiro, quando, em casa alheia, desdobrava um edredon rosado, para enganar o frio de um Inverno que, talvez, se avizinhe. Culpa o frio, por ter pensado em ti!

13.10.06

Finge


“Finge. Esquece. Engana o desencanto.
Brinda por ti, hoje e por enquanto!”
(Xana)

Não. Aquela não seria a sexta feira 13, prevista no calendário até porque se tinha perdido o medo do escuro e dos papões não seria um mero dia no calendário a assustá-la. Andrea ergueria a cabeça da almofada, iria às aulas, vestiria a sua melhor roupa e prenderia as ondulações do cabelo em molas tão cor-de-rosa como a atitude espirituosa que se queria. Não ouviria as gargalhadas, nem mesmo os comentários jocosos e não se sentaria no sítio, à parte, como de costume (mais não fosse porque a isso tinha sido forçada!).
O dia passaria a correr e a noite, quando chegasse, seria coberta de sorrisos adocicados mas falsos como se queriam.
Amanhã é um novo dia e chegará tão rápido como este chegou e os outros tantos e cada momento que passa é uma nova chance para fingir tudo outra vez.
Finge hoje, amanhã e ontem.
Dança e brinda às coisas que nunca foram e que não são.

Little Monsters sim, mas são os meus!


“In the playground children sing their songs and skin their knees play, little monsters, play
(…)
little monsters that rule the world you don't know what you're really saying stop before someone ends up getting hurt can't you see that we're only playing”

(Charlotte Gainsbourg)

De vez em quando, quando as coisas nos fogem do controle e prevíamos o pior, é tão bom sentar-se a um canto, esperar e ver os novelos correrem e fruir a surpresa das malhas que se tricotam.
Obrigado, oh “little monsters”! E que venham mais semanas iguais a esta.

6.10.06

A Mancha Vermelha


Após tê-lo morto usando ambas as mãos, encostou-se àquela parede coberta de papel riscado de vermelho, aborrecida por ter sujo o novo vestido branco e, calmamente, mordiscou uma sumarenta maçã verde preocupada em saber se a lixívia com que lavaria o chão, estragaria a seda da vestimenta.

Finge não perceber as sementes que te mando para o ar, ocasionalmente, e colhe os ventos que se avizinham, enquanto arrumo maçãs avermelhadas em caixas de papelão.