Uma criança sem memória corria olhando a luz. Emergia, belo, rente à terra, rente ao espelho. O vento de encontro ao metal. Um homem projectava sombras de fogo azul no abismo, no contorno de alguém que permanece suspenso. Abrigava a imagem de alguém que amou à sombra dos rios. Um e outro, um no outro, não temiam o sangue das raízes. Chegado era o tempo de velho e menino passearem pelos leitos de cinzas. Um sorria ao outro, embalado. A morte viria depois, com seus fios de prata.
Deste teu trabalho em particular apenas saberei dizer, sem todavia saber fazer-lhe justiça, que é imenso e assombroso: luminoso e assombrado, de um só gesto.
Seduzido, digo: se algum dia considerares vendê-lo, lembra-te de mim.
InRockuptible: Obrigado pelo texto. Esta imagem, por acaso, é a imagem de uma tela de pequenas dimensões (13x15cm) que figura sobre uma outra de 50x50 cm. Faz parte de uma série de trabalhos que andavam à volta da ideia de casa. 6 deles estiveram expostos, há cerca de um ano e tal, na Sociedade Nacional de Belas Artes. (http://os-novelos-tambem-contam-historias.blogspot.com/2008/04/3-prmio-pintura-banif.html)
Artelam: Também gosto de azul. Em tempos, também eu, vivi numa casa azul. (E lia-se na morada "casa azul"... Mesmo! lol)
InRockuptible: Aquela era sem dúvida alguma uma casa de sonho. Ontem, por momentos, vi o homem da imagem transfigurado num outro avô fascinado pela sua neta aniversariante.
9 comentários:
...e,todas as noites, eu olhava esse mar que, durante horas a fio, «bebia» as minhas histórias de infância!
E,hoje,tenho vontade de te contar, ao ouvido, uma dessas histórias vividas nessa grande pequena casa azul...não posso!Um dia...talvez!
Uma criança sem memória corria olhando a luz. Emergia, belo, rente à terra, rente ao espelho. O vento de encontro ao metal. Um homem projectava sombras de fogo azul no abismo, no contorno de alguém que permanece suspenso. Abrigava a imagem de alguém que amou à sombra dos rios. Um e outro, um no outro, não temiam o sangue das raízes. Chegado era o tempo de velho e menino passearem pelos leitos de cinzas. Um sorria ao outro, embalado. A morte viria depois, com seus fios de prata.
Deste teu trabalho em particular apenas saberei dizer, sem todavia saber fazer-lhe justiça, que é imenso e assombroso: luminoso e assombrado, de um só gesto.
Seduzido, digo: se algum dia considerares vendê-lo, lembra-te de mim.
O Azul fascina-me!
Todas as tonalidades,mesmo a que se encaminham para o esverdeado...
Menina Isa: Anda inspirada? ;)
InRockuptible: Obrigado pelo texto. Esta imagem, por acaso, é a imagem de uma tela de pequenas dimensões (13x15cm) que figura sobre uma outra de 50x50 cm. Faz parte de uma série de trabalhos que andavam à volta da ideia de casa.
6 deles estiveram expostos, há cerca de um ano e tal, na Sociedade Nacional de Belas Artes.
(http://os-novelos-tambem-contam-historias.blogspot.com/2008/04/3-prmio-pintura-banif.html)
Artelam: Também gosto de azul. Em tempos, também eu, vivi numa casa azul. (E lia-se na morada "casa azul"... Mesmo! lol)
os árabes têm a mesma palavra para designar azul e sonho.
Nem o azul nem o sonho, nem tão-pouco o sonho de uma casa azul, se medem aos palmos.
Neste sentido, reitero a vontade.
Minha inspiração foi-se...por isso,vou embora!
InRockuptible: Aquela era sem dúvida alguma uma casa de sonho.
Ontem, por momentos, vi o homem da imagem transfigurado num outro avô fascinado pela sua neta aniversariante.
Isa: Duvido! :P
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